sábado, 5 de novembro de 2011

Chakrasana (postura da roda) ou ponte.





 
Fonte:estudiopratiqueyoga.blogspot.com
  

Essa postura adquiriu a designação de Chakrasana, por estimular os chakras principais (os nossos centros energéticos). À semelhança de outras retroflexões, atua numa série de músculos e plexos nervosos, na coluna e no sistema nervoso, bem como nas glândulas de secreção interna.

É uma posição que exige força e equilíbrio, com todos os benefícios inerentes a esses estímulos.

Benefícios:

- Assegura flexibilidade e vitalidade para a coluna vertebral, nervos e para grande parte da musculatura, tendo assim um efeito vigoroso e rejuvenescedor.

- Trabalha intensamente os músculos dos braços e das pernas e as respectivas articulações; do pescoço à base da coluna, fortalecendo toda rede muscular até os pés.

-Ao irrigar gânglios nervosos de ambos os lados da coluna e o cérebro, assegura um fluxo mais livre, dando vivacidade intelectual, aumento da memória e estimulação psíquica e, ainda, tonifica os nervos superiores que servem à visão, audição, olfato e paladar, dando equilíbrio e eficiência ao funcionamento destes.

- Contribui na regularidade do ciclo menstrual e do funcionamento órgãos sexuais.

- Estimula as tireóides e cura desarranjos da traquéia e laringe, graças à abundante irrigação local.

- Favorece toda atividade endócrina, com surpreendentes para saúde psicossomática em geral.

- Dada sua intensa irrigação sanguinea pelo corpo, em sentido inverso e complementar ao cotidiano, o sistema cardiovascular é altamente beneficiado.

- Fortalece fígado, pâncreas e rins.
 

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Respiração completa

                     




A respiração correta traz uma série de benefícios.
Alem de fortalecer os músculos abdominais, ocorre uma automassagem nos órgãos internos, estimulando o metabolismo, favorecendo várias funções.

Vantagens:
- Maior disposição;
- Maior oxigenação do sangue e melhora a circulação;
- Aumento da capacidade de fazer esforços físicos;
- Digestão mais rápida;
- Eliminação de toxinas;
- Diminuição do estresse;
- Pele mais saudável;
- Aumento dos reflexos, da memória e criatividade...

DICAS PARA RESPIRAR MELHOR
A respiração correta é a nasal
Utilize os músculos abdominais e o tórax na respiração.

- Preste atenção aos movimentos e evite ruídos ao respirar pelo nariz. Se houver som durante a inspiração, é sinal de que esta forçando o processo.
- A expiração, ao contrario, deve ser audível, para evitar a retenção de ar. Expire todo o ar.
- Quando o ar entra, a barriga é projetada e o tórax se expande.
- Quando o ar sai, o tórax relaxa e a barriga fica contraída
- Cuide da postura, ombros relaxados e coluna alinhada.

ATENÇÃO: Exercícios de respiração profunda ajudam a acalmar a ansiedade e o estresse e melhoram a qualidade do sono.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Meditação altera fisicamente o cérebro!!! "aumento da massa cinzenta no hipocampo (região relacionada com memória e aprendizado) e redução na amígdala (relacionada com ansiedade e estresse) depois do treinamento"


Alysson Muotri

Quando comecei a prática de yoga profissionalizante, eu estava apenas interessado nos benefícios físicos. Afinal, seria uma desculpa para aprimorar o equilíbrio e ganhar resistência – ambos importantes para quem vive num ambiente competitivo e muitas vezes estressante. Confesso que dei pouca atenção às aulas de meditação, mas notei os efeitos dessa prática no meu desenvolvimento profissional.
Já conhecia os efeitos da meditação no aumento da capacidade de concentração (Slager e colegas, “PLoS Biology”, 2007). Também sabia de estudos prévios conectando a pratica da meditação com redução da pressão arterial (Scheneider e colegas, “Circulation”, 2009). No entanto, tinha a impressão que os efeitos só seriam aparentes depois de longos anos de prática.
Doce ilusão. Um trabalho recém-publicado promete agitar essa linha de pesquisa ao mostrar que 16 voluntários que seguiram práticas de meditação durante meia hora por dia apresentaram alterações físicas notáveis no cérebro após 8 semanas. Regiões relacionadas com memória, aprendizado, empatia e estresse foram significativamente alteradas (Holzel e colegas, “Psychiatry Research”, 2011).
As imagens cerebrais foram capturadas por scanner MRI e mostraram aumento da massa cinzenta no hipocampo (região relacionada com memória e aprendizado) e redução na amígdala (relacionada com ansiedade e estresse) depois do treinamento. Essas são alterações fisiológicas reais, determinadas por métodos conhecidos em neurociência. Interessante notar que não houve alteração na ínsula, uma região do cérebro responsável pelo reconhecimento e atenção de si próprio. Os autores especulam que um treinamento maior poderia alterar essa região também.
A meditação escolhida pelos cientistas não tinha nenhuma relação religiosa, é conhecida como “mindfulness meditation”. Esse tipo de meditação tem como meta eliminar qualquer preconceito de sensações e sentimentos durante momentos de introspecção. A ideia da prática é focar em objetos visuais ou mesmo sensações ou respiração, evitando a dispersão da mente e prestando atenção na resposta do corpo.
Obviamente o cérebro humano é bem complexo e fazer a ligação entre essas alterações e uma melhor qualidade de vida não é simples. Um outro estudo demonstrou que praticantes da meditação ativam de forma diferenciada regiões do cérebro relacionadas com empatia ao ouvir sons de pessoas sofrendo (Lutz e colegas, “PLoS One”, 2008). Mas o que isso realmente significa? Teriam eles mais compaixão? É realmente difícil determinar causa e consequência nesse tipo de experimento em humanos.
De qualquer forma, é possível extrair duas grandes lições desse trabalho. Primeiro, o cérebro é muito mais plástico do que os cientistas imaginavam a 5 ou 10 anos atrás. Leva-se mais tempo para alterar músculos do que o cérebro. Segundo, a forma como nos sentimos (calmos, estressados ou ansiosos) é seguida, ou pelo menos correlacionada, com indicadores estruturais reais em nossos cérebros. A distância entre a mente e o cérebro ficou menor.
http://g1.globo.com/platb/espiral/
Alysson Muotri é biólogo molecular formado pela Unicamp com doutorado em genética pela USP. Fez pós-doutoramento em neurociência e células-tronco no Instituto Salk de pesquisas biológicas (EUA). Hoje é professor da faculdade de medicina da Universidade da Califórnia. Surfista e iogue, costuma ter insights entre uma onda e outra.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Mudra: os gestos do yoga.

Mudras são gestos realizados com a mente, as mãos, os pés, a boca, os olhos ou com o corpo todo. São muito usados no Yoga e nas danças indianas, pois fazem uma reverência a vários aspectos das divindades hindus e da natureza. Nas palavras de Caio Miranda (1962), os mudras, "encerrando um profundo simbolismo, têm por objetivo unificar dualidades, como por exemplo, unir a consciência individual à consciência cósmica, o prana solar ao prana lunar, a matéria ao espírito, etc". Tanto os yogues como as dançarinas hindus dedicam muitos anos aprimorando-se na prática dos mudras, que exige treinamento e concentração nos detalhes.
No contexto do Hatha Yoga, os mudras são elementos que dão suporte à prática. Outros componentes dos suportes do Yoga são: os bandhas ou contrações, os kryias ou técnicas de purificação interna, os mantras ou sons sagrados. No Gheranda Samhita, texto clássico do Hatha Yoga, encontramos que "o processo útil que colabora nas práticas de pranayama, pratyahara, dharana, dhyana e samadhi (1) se denomina mudra" (Souto, 2002). Constatamos, assim, que os mudras estão ligados às principais técnicas utilizadas no Hatha Yoga, e em geral são praticados concomitantemente com elas.
Nos textos tântricos, que expõem um Yoga muito antigo, os mudras estão diretamente ligados aos rituais. Associados à entoação de sons e à visualização mental, simbolizando o corpo (mudra), a palavra (mantra) e o espírito (visualização), acontece a invocação da divindade que se deseja estar em comunhão (Kupfer, 2001).
Os mudras não são exclusivos da Índia. São encontrados em muitas tradições espirituais do oriente e do ocidente. Os budistas, os sufistas, islamitas e também os cristãos usam os mudras, como apoio para suas orações e práticas espirituais (Rammm-Bonwitt, 1997).
Vale ressaltar que o Hatha Yoga busca integrar as polaridades representadas por HA - energia expansiva, solar, coletiva, macrocósmica, e THA - energia receptiva, lunar, individual, introspectiva, microcósmica. É nessa integração que o praticante vive um estado de consciência além do eu, um estado transpessoal, integrado com o Universo, de criatividade e cura.
Os mudras são ligados ao fluxo das energias, tanto na mente como no campo energético, e fazem correspondência com o corpo físico, especialmente por meio do sistema endócrino e do sistema nervoso simpático e parassimpático. Para o físico indiano e estudioso do Yoga, Harbans Lal Arora (1999), "eles produzem efeitos fisiológicos e psíquicos benéficos, proporcionando a saúde psicossomática, o equilíbrio dinâmico e a harmonia interna".
A palavra sânscrita mudra deriva de duas raízes, mud e ra, tendo diversos significados. Pode ser traduzida por deleite, alegria ou prazer, pois ao conectar as correntes de energia solar e lunar nos canais e centros energéticos ou psíquicos do praticante, esse experimenta a consciência do prazer. Segundo Dr. Gharote (2000), "um comentário de Raghavabhata no Sarada Tilaka 23:106 explica (...) que mudra dá uma sensação de bem-estar e felicidade."
Outro significado para mudra é magia ou encanto, pois, como num passe de mágica ou num encantamento, um determinado gesto corporal conduz o indivíduo a um respectivo estado de mente calma ou feliz. Assim, os mudras são também chamados gestos de poder.
São conhecidos como selos (Feurerstein, 2001), pois, por meio do controle das energias vitais, selam o corpo e geram alegria. Os grandes sábios da Índia, há mais de 4000 anos, conhecendo profundamente a anatomia e a fisiologia energética do ser humano, e compreendendo a estreita relação entre o aparato energético e o psíquico, perceberam que poderiam produzir estados mentais específicos a partir da colocação do corpo, ou partes do corpo, numa determinada posição gestual. Os gestos, como selos, fixam na mente um estado particular e favorável ao praticante do Yoga.
Todos nós experimentamos o caráter arquetípico dos mudras quando, num determinado estado emocional ou numa situação específica, realizamos um gesto que qualquer outro ser humano, em qualquer parte do planeta e em qualquer outra época, também o faz. Por exemplo, quando juntamos as mãos em prece para orar, reverenciar ou em sinal de agradecimento. Ou quando abanamos a mão para cumprimentar uma pessoa, num encontro ou numa despedida. São gestos universais, que as pessoas fazem, em todas as partes, desde a antiguidade. Muitos gestos corporais estão no inconsciente coletivo, como diria o psicanalista suíço Carl Gustav Jung, ou, como dizem os orientais, estão no Akasha, o espaço cósmico, onde estão armazenados todos os conhecimentos da Humanidade, desde os primórdios (Miranda, 1962).
Um gesto freqüentemente usado no Hatha Yoga para dar suporte à concentração e à meditação é o jñana mudra, símbolo da sabedoria ou do conhecimento, em que a ponta do indicador e a ponta do polegar se unem e ou outros dedos permanecem estendidos. O polegar representa a alma universal, e o indicador, a alma individual, que se unem para facilitar o estado interior de integração. Assim como este, existe outros mudras, com um simbolismo próprio.
Concluindo, citamos a bailarina e pesquisadora dos mudras, Sabrina Mesko (2003), da Eslovênia, dizendo que "mudra é a senha de acesso aos dados do seu computador interior - seu poder invisível".

(1) Pranayama, pratyahara, dharana, dhyana e samadhi são respectivamente respiração que controla a energia vital, recolhimento dos sentidos, concentração, meditação e auto-realização.

Bibliografia Consultada e Referência Bibliográfica:

Arora, H. L. A Ciência Moderna à Luz do Yoga Milenar. Nova Era, Rio de Janeiro, 1999.
Feuerstein, G. A Tradição do Yoga. Pensamento, São Paulo, 2001.
Gharote, M.L. Técnicas de Yoga. Phorte Editora, Guarulhos, 2000.
Gharote, M.L. Yoga Aplicada - da teoria à prática. Phorte Editora, Londrina, 1996.
Mesko, S. Mudras que Curam - Yoga para suas mãos. Pensamento, São Paulo, 2003.
Miranda, C. Hatha Yoga - a ciência da saúde perfeita. Ed. Freitas Bastos, Rio de Janeiro, 1962.
Radha, S.S. Hatha Yoga - the hildden language. Jaico Publishg House, Mumbai, Índia, 1996.
Ramm-Bonwitt, J. Mudras - as mãos como símbolo do cosmos. Pensamento, São Paulo, 1995.
Souto, A. El Yoga de la Purificación - Traducción y Comentario del Gheranda Samhita, Editora Lonavla Yoga Institute, Buenos Aires, 2002.
Souto, A. Uma Luz para o Hatha Yoga Transliteración, Tradccion e Comentário y Notas sobre el Hatha Pradipika, Editora Lonavla Yoga Institute, Bos Aires, 2000.
Yogendra, S. Hatha Yoga Pradipika - luz sobre o Hatha Yoga. Instituto Dharma, Florianópolis, 2002.

Visite o website da professora Lúcia Nabão em www.ganeshanet.com.br

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Aulinha prática e rápida de 30 min !!!

Em homenagem a minha querida e dedicada aluna Erica da 
https://www.facebook.com/pages/ACADEMIA-PRO-TRAINNERS/151537778248325  aqui está uma sequência de yoga para que a prática seja viável mesmo naqueles dias intensos!! E assim possamos enfrentá-los de peito aberto e força na alma....! Beijo grande e ótima pratica...!!!

Respire cinco vezes lentamente em cada asana, levando a atenção ao ritmo respiratório, ao alinhamento da postura,e as percepções que brotam...no final relaxe de 5 a da 10 min ,dependendo do ritmo do dia...! Qualquer dificuldade estou a disposição... Namastê!
 

Nath Neves.



                          
                          

A Inspiração .

" O que eu entendo por amor aparece no reconhecimento claro da existência da outra pessoa, e num autêntico respeito pelo bem estar e pelo direito dos outros. ... O caminho mais razoável para amar os outros está no reconhecimento do simples fato de que cada ser vivo tem o mesmo direito e o mesmo desejo de alcançar a felicidade e de não sofrer." 
 Dalai Lama

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Quem foi Pátañjali ?

 Quem foi Pátañjali?
Por Pedro Kupfer. Fonte www.yoga.pro.br

Se dá o nome de Pátañjali ao mítico codificador do Yoga Clássico, autor do Yoga Sútra. Tudo sobre esta figura histórica é um verdadeiro mistério. Para começar, a data em que ele teria vivido é fonte de discrepâncias. Há autores que afirmam que viveu no século IV a.C. e outros que pensam que tenha vivido entre os séculos II e VI d.C. Tamanha diferença se deve, em parte, ao costume que os autores daquela época tinham de atribuir a autoria dos seus próprios trabalhos a outros escritores já consagrados, para homenageá-los ou para dar relevância à própria obra.

Considerando que ele escreveu no estilo dos sútras ou aforismos, pode se considerar que tenha vivido entre os séculos IV e II a.C., pois foi nesse período que este estilo literário conheceu seu auge. O Yoga Sútra é considerado um dos exemplos mais perfeitos do estilo aforístico.

Uma lenda sobre o nascimento do sábio conta que Vishnu estava descansando deitado na serpente de mil cabeças, Ádishesha, quando viu o deus Shiva dançando e ficou extasiado. Imediatamente seu corpo começou a vibrar tanto no ritmo da dança que acabou por provocar um enorme desconforto na serpente. No final da dança, Ádishesha perguntou ao deus o que tinha acontecido. Ao ouvir sobre a dança, o deus-serpente ficou interessado em aprende-la, para dançar para Vishnu. O deus ficou impressionado com a devoção da serpente e disse-lhe que Shiva iria abençoa-lo e que nasceria em sua próxima encarnação como alguém que iria abençoar a humanidade com sua sabedoria.

Ádishesha começou imediatamente a especular sobre quem seria sua mãe. Ao mesmo tempo, uma yoginí muito virtuosa, chamada Goñiká, estava procurando um filho a quem pudesse transmitir a sabedoria que o Yoga tinha lhe dado. Assim, ela se prostrou diante de Súrya, o deus sol, fazendo-lhe a única oferenda que conseguiu, um pouco de água, e lhe pedindo um filho. Vendo a cena, Ádishesha soube que aquela era a mãe que ele estava procurando.

Quando Goñiká estava oferecendo a água ao sol, ficou maravilhada ao ver uma pequena serpente que se materializou em suas mãos e começou momentos depois a adquirir forma humana. Ádishesha se prostrou então diante da sua mãe e suplicou-lhe para que o aceitasse como filho. Aceitando-o, ela o chamou Pátañjali, que significa "aquele que caiu do céu durante a oferenda." Páta significa caído e añjali, oferenda.
Como encarnação de Ádishesha, ele é representado com forma de nága, um ser metade homem, metade serpente, com quatro braços cujas mãos seguram os atributos de Vishnu: a concha e o disco e fazem o gesto da oferenda, añjali mudrá, abençoando aqueles que se aproximam dele procurando a verdade do Yoga.

Sobre a obra de Pátañjali existem tantas dúvidas quanto em relação à sua vida. Dançarinos fazem-lhe oferendas antes das apresentações, pois é tido como o patrono de algumas danças indianas. Alguns autores o identificam com o autor de um famoso tratado sobre Ayurveda, o sistema de saúde indiano. Outros, com Pátañjali ‘o gramático', autor do Mahabháshya, o Grande Comentário da gramática de Panini, em uso ainda hoje. Esta obra redefiniu as regras do sânscrito, aumentando o vocabulário e transformando esta língua num instrumento mais preciso e efetivo, e ao mesmo tempo mais sutil e poético, capaz de expressar qualquer aspecto do pensamento humano.

Entretanto, as evidências apontam para o fato de que os autores destas obras sobre filosofia, medicina e gramática seriam pessoas diferentes, pois a distância no tempo entre elas é de vários séculos. Comparando o Mahabhashya com o Yoga Sútra se chega à conclusão de que ambas as obras são excelentes na argumentação e as estruturas lógicas que propõem em seus respectivos temas, mas isso não torna os autores a mesma pessoa.

Todas as formas de Yoga que se praticam hoje em dia têm neste autor uma referência obrigatória. Assim sendo, outras três perguntas que surgem neste quadro são de índole mais inquietante ainda. A primeira: foi Pátañjali de fato o autor do Yoga Sútra? Em caso afirmativo, ele fez alguma contribuição original ao Yoga ou foi apenas o compilador e o sistematizador das técnicas que se usavam em seu tempo? E a última questão: ele teria feito parte de um sampradaya, uma linhagem tradicional ou teria sido um reformador?
Sobre a questão de ver este autor como um compilador, temos as duas seguintes situações: por um lado, o Nirodha Samhitá, shástra atribuído a Hiranyagarbha, tido como patrono do Yoga, é chamado com freqüência Yogánushasanam ou o ‘Ensinamento do Yoga', exatamente as palavras com as quais Pátañjali inicia sua obra.

Segundo uma obra chamada Ahirbudhnya, Hiranyagarbha revelou o Yoga em duas escrituras: o Nirodha Samhitá e o Karma Samhitá. E, coincidentemente, Pátañjali usa o mesmo termo ‘nirodha' para definir o Yoga no seu segundo aforismo.

Se ele fez alguma contribuição original ao Yoga não sabemos, mas com certeza podemos afirmar que citou copiosamente fontes anteriores a ele mesmo. Fontes essas que, infelizmente, hoje em dia estão perdidas.
A maior controvérsia diz respeito ao quarto capítulo dos Sútras. O estilo, o conteúdo e a extensão deste páda são diferentes do resto da obra. Nele se repetem assuntos já abordados nos capítulos anteriores. Nos três primeiros, o estilo em que se desenvolvem os temas é acessível e não dogmático. No quarto, entretanto, esse estilo muda. A voz que aqui fala, o faz desde o ponto de vista de alguém que viveu algo, a diferença do resto da obra, onde se ouve falar alguém que ainda está procurando.

Outro ponto escuro é que o terceiro capítulo conclui com a palavra iti, que significa ‘fim' e é a maneira tradicional de encerrar um texto. Aqueles que defendem a unidade dos Sútras como eles estão hoje afirmam que o quarto capítulo é coerente com os outros três, enquanto que os críticos desta posição acham muito estranho ter uma obra com dois finais e consideram o último capítulo uma interpolação posterior.
Sobre as coisas que temos claras, podemos dizer, por exemplo, que algo chamado Yoga existiu com certeza muito antes do tempo em que Pátañjali viveu. Porém, as incertezas históricas em relação ao autor do Yoga Sútra são de pouca importância para quem deseja alcançar aquilo sobre o que a obra fala: tranqüilidade da mente e realização do espírito. Embora possamos questionar a autoria e a origem desta obra, ela é coerente e, como guia prático para a realização pessoal, se sustenta totalmente por si própria.